09 setembro 2005 

Solidariedade

Para quem costuma visitar este blog, vai reparar na novidade da faixa branca no canto superior direito. É uma maneira de apoiar uma das maiores revoluções políticas e sociais dos últimos tempos. A organização "Make Poverty History", comandada pelo antigo vocalista dos Boomtown Rats, Bob Geldof. São eles os responsáveis pelo gigantesco concerto Live 8.

O objectivo desta organização é lutar contra o maior flagelo social dos nossos tempos, a fome. Pelo caminho surgem iniciativas essenciais para melhorarmos as relações entre ricos e pobres, como o comércio justo, que pode ajudar de forma crucial a acabar com o ciclo da pobreza.

Se quiserem mostrar apoio a esta iniciativa e não deixar o Live8 e a luta contra a pobreza cair em saco roto, cliquem na faixa branca e mostrem que não se esquecem dos milhões de crianças que morrem todos os meses por falta de comida no estômago, enquanto outros países gastam milhões para terminar com a epidemia da obesidade.


 

Good for business

Parece que caiu em saco roto a denúncia de Francisco Louçã em relação à compra de Canadairs a preços excessivos por parte do Governo português. Em causa está o negócio dos fogosque só este ano rendeu a uma única companhia, dividida em várias empresas, cerca de 7,8 milhões de euros. Uma época de incêndios lucrativa, então.

A corporação em questão chama-se Sociedade Lusa de Negócios (SLN), e tem como cabeça de cartaz o Banco Português de Negócios. Por detrás desta máquina de fazer dinheiro está o antigo ministro da administração interna do PSD, Dias Loureiro. Ora, a SLN é agora a proprietária da Bombardier, a única fábrica em Portugal que produz os famosos Canadairs. Existe nesta altura um negócio entre o Estado e a Bombardier em que o Governo vai comprar os aviões de combate aos incêndios por quase o dobro do preço de produção.

Ora, estas até podiam ser acusações vagas dum político destabilizador. Mas o que verdadeiramente incomoda nesta história é que Dias Loureiro e a SLN são verdadeiras máquinas de vencer concursos públicos. Lembro que estiveram envolvidos num negócio ruinoso para o Estado na compra de material de apoio às polícias e até nos milhões perdidos em software usado no concurso de colocação de professores mais desastroso de sempre da democracia portuguesa. O mesmo Dias Loureiro que recusou integrar Governos em altura de crise. Até porque pelos vistos, para o antigo ministro, a crise é boa para o negócio.


06 setembro 2005 

Donnie Darko

Um filme exemplar que foi lançado agora em versão director's cut com mais 20 minutos deste fabuloso Donnie Darko.


Donnie: Why are you wearing that stupid bunny suit?
Frank: Why are you wearing that ridiculous man suit?



 

A feira das vaidades

Depois de ter assistido ontem ao debate entre José Sá Fernandes e Manuel Maria Carrilho, confirmei uma impressão que tinha sobre o antigo ministro da Cultura. Uma impressão que me ficou desde o já mítico slogan: "Estamos a trabalhar num projecto para Lisboa". Um projecto em que, Carrilho confirma, ainda está a trabalhar. Isto quando estamos a um mês das eleições.Parece óbvio, então, que este professor de filosofia não tem uma única ideia para dar a Lisboa.

Carrilho não quer mudar a cidade, nem tem ideias concretas para o fazer. Apenas quer o lugar e relevância política e mediática que perdeu desde os governos de Guterres. Por pura vaidade. Tal como a pessoa que quer substituir. Mas se Santana Lopes media o ego com obras megalómanas e delirantes, como o centro cultural de Belém ou o túnel do Marquês, Carrilho perde-se em ideias vagas e boas intenções. Muito pouco para uma magnífica cidade que precisava de bem melhor que o vazio de ideias de Carmona e Carrilho.