Ainda choca
Não é novidade, mas aquilo que todos sabemos fica aqui concretizado em números:
"Numa década, o fosso entre o rendimento das famílias mais pobres e mais ricas duplicou. Em 2006, segundo dados divulgados ontem pelo INE, o rendimento médio anual dos agregados familiares 10% mais pobres foi de cerca 6.650 euros.
Um valor 8,9 vezes inferior aos 59.282 euros que, por ano, foram ganhos pelos agregados incluídos na fatia das 10% mais ricas. Há dez anos a diferença era de apenas 4,6 vezes, ou seja, quase metade.
Portugal está hoje mais rico e mais competitivo do que há dez anos, mas está também mais desigual, uma tendência que se agravou e que quebrou a aproximação registada durante os anos 80. "
Fonte: Jornal de Negócios
É curioso que esta notícia saia no mesmo dia em que se sabe que a banca pagou menos 30% de impostos no ano passado que em 2006. Isto apesar do aumento de lucros de 9%.
É só um exemplo das injustiças. A (péssima) distribuição da riqueza continua a ser o maior problema do mundo. E Portugal continua a mostrar esta tendência para o aumento da desigualdade. Este é o resultado da sociedade de consumo. De não saber até quanto realmente se precisa. Do ter só pelo ter. E até haver uma mudança histórica, só me parece que este fosso vai continuar a aumentar. E com ele a escravatura do ordenado baixo, da precariedade e do endividamento crónico.