06 agosto 2005 

Safari Lusitano

Enquanto o país sente os efeitos da seca e as chamas devastam grande parte do património natural que ainda sobrou dos últimos anos, José Sócrates continua de férias. Ao que tudo indica, o nosso PM está a adorar o safari do Quénia e ainda não lançou nenhum comentário sobre a falta de água nas torneiras dos nossos concidadãos, a falta de meios aos nossos bombeiros e a falta de coordenação entre serviços de protecção civil.
Quanto a António Costa, o líder do Governo na ausência do primeiro ministro, tem estado ausente numa altura em que precisamos duma voz com autoridade. Se calhar, o ministro de Estado deve estar no seu gabinete a pensar que Sócrates o deixou entregue à bicharada.


04 agosto 2005 

Liberdade



Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente
Puro espaço e lúcida unidade
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

- Sophia de Mello Breyner Andressen

02 agosto 2005 

Ora bancas tu, ora banco eu

Depois da polémica saída do Governo do ex-ministro das Finanças, Campos e Cunha, eis que o novo titular da pasta tomou a primeira medida. E qual foi ela? Demitir o conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos, repleta de nomes do PSD e CDS, e nomear pessoas ligadas ao Partido Socialista. Entre elas o novo presidente, Carlos Santos Ferreira, ou pior ainda, o antigo secretário de Estado Armando Vara, o eterno boy in the job.

Já se sabe que em política mais vale parecer do que ser. Por isso, esta decisão do ministro Teixeira dos Santos é apenas mais um prego na credibilidade dos políticos junto dos portugueses. Sim, porque é do bolso deles que vai sair o dinheiro para pagar as luxuosas indemnizações dos senhores administradores.

01 agosto 2005 

Direitos e deveres

"O subsídio de desemprego traduz uma prestação para quem não consegue arranjar emprego, mas que o direito é ao trabalho, não à protecção do desemprego"

João Proença, PÚBLICO, 1-08-2005

 

Estuda para te endividares...

Segundo a edição de hoje do jornal "Público", os bancos portugueses andam em guerra para assinar protocolos com as universidades, de modo a facilitar o crédito a quem decide tirar um curso superior. O objectivo é ajudar as famílias em crise a arranjar uma nova dívida com que se preocupar nos próximos anos e, pelo caminho, os bancos arriscam-se a fazer algum lucro. Sim, porque uma licenciatura já não é garantia de grande coisa neste país de doutores. A não ser que o petiz se decida por um curso de economia e vá para a administração dum banco. É daqueles empregos imunes a qualquer crise...