30 julho 2005 

o fim?

Foram hoje publicadas aquelas que foram provavelmente as últimas edições de dois jornais de referência em Portugal. Estou a falar de "A Capital" e de "O Comércio do Porto". Para "A Capital" cheguei a escrever um texto, e tenho lá três amigos que ficaram no desemprego. "O Comércio do Porto" é tão somente o mais antigo jornal do país, com 151 anos de existência. O grupo espanhol Prensa Ibérica tinha avisado no início da passada semana que ambas as publicações iriam fechar as portas, caso não houvessem compradores. Cinco dias depois cumpriram a promessa.

Este é um problema antigo da imprensa em Portugal. Existe um fraco número de leitores, quer em livros, quer em jornais. O que torna o negócio do jornalismo escrito um mau negócio. É preciso encontrar novos públicos e novos leitores, para que a imprensa e o jornalismo menos sensacionalista não morram. É um princípio da democracia que está a desabar perante a dependência dos poderes económicos.

Espero que se encontre rapidamente um comprador para dois títulos que tanta falta fazem à nossa imprensa e à nossa sociedade.

 

Só sei que nada sei


Na última semana, José Sócrates achou que era tempo de decidir candidatos presidenciais. E, honestamente, tenho sido surpreendido pela (falta de) habilidade política do primeiro ministro. Em pouco menos de sete dias, conseguiu criar divisões no partido ao apoiar abertamente Mário Soares. Um candidato que ainda está em "reflexão" e que pode mesmo nem avançar, ao contrário de Manuel Alegre, um nome histórico do PS que já se mostrou disponível para o combate com Cavaco Silva. Soares é fixe, mas a idade começa a pesar e estas andanças de campanha não são fáceis para um homem de 81 anos. Cavaco, sejamos honestos, pouco precisa de sair à rua. Todos chamam por ele. Sócrates, esse, deve sonhar com os belos tempos em que António Guterres era o mais que provável candidato a Belém. Mas o mentor do primeiro ministro virou costas ao pântano português que ajudou a criar e foi ganhar dinheiro e prestígio para a ONU, pouco se importando com o país, o partido e o seu antigo ministro do Ambiente. De estado de graça a estado de desgraça, assim vai a ingrata tarefa de ser líder do partido no poder.

28 julho 2005 

Paz?



"A liderança do Oglaigh na hEireann ordenou formalmente o fim da campanha armada". Assim, desta maneira simples, o IRA - Exército Republicano Irlandês pôs fim ao conflito armado entre independentistas católicos da Irlanda do Norte e forças ocupantes da Inglaterra protestante. 36 anos e milhares de mortos depois, o IRA segue a solução política para se libertar duma ocupação que dura há quase nove séculos. Uma esperança de paz?

27 julho 2005 

Recado

"They locked up a man
who wanted to rule the world.
The fools!
They locked up the wrong man"

- Leonard Cohen "The energy of slaves"

 

Silly Season

Parece-me que o Bloco de Esquerda perde alguns dos eleitores mais jovens por ser tão moralista. Vá lá, camarada Louçã, diga lá que a Ana Drago ou a Joana Amaral Dias numa Maxmen ou GQ não roubava alguns espectadores aos Morangos com Açúcar?

 

Ainda bem que fugiste

Um espectáculo de terror político... Foi assim mesmo que o prestigiado jornal conservador "Financial Times" classificou os primeiros doze meses de Durão Barroso à frente da Comissão Europeia. Para todos aqueles que, do fundo do coração, acharam que o ex-primeiro ministro português iria prestigiar o bravo povo lusitano por terras estrangeiras, aqui fica a prova. O José Manuel, que tão sabujo soube ser no poder, mostra uma verdadeira incapacidade para lidar com as exigências francesas, alemãs e, sobretudo, inglesas. Com os próprios opinion makers conservadores contra ele, Durão deve sentir saudades dos bons velhos dias em que era Francisco Louçã a cara da oposição...

25 julho 2005 

No princípio...

Para todas as coisas há um princípio e um fim. E este é o começo da minha aventura nos blogs. Espero poder partilhar um pouco da minha vida, das minhas opiniões e da minha alma. Espero contar com vocês para navegar por mares calmos...