Só sei que nada sei
Na última semana, José Sócrates achou que era tempo de decidir candidatos presidenciais. E, honestamente, tenho sido surpreendido pela (falta de) habilidade política do primeiro ministro. Em pouco menos de sete dias, conseguiu criar divisões no partido ao apoiar abertamente Mário Soares. Um candidato que ainda está em "reflexão" e que pode mesmo nem avançar, ao contrário de Manuel Alegre, um nome histórico do PS que já se mostrou disponível para o combate com Cavaco Silva. Soares é fixe, mas a idade começa a pesar e estas andanças de campanha não são fáceis para um homem de 81 anos. Cavaco, sejamos honestos, pouco precisa de sair à rua. Todos chamam por ele. Sócrates, esse, deve sonhar com os belos tempos em que António Guterres era o mais que provável candidato a Belém. Mas o mentor do primeiro ministro virou costas ao pântano português que ajudou a criar e foi ganhar dinheiro e prestígio para a ONU, pouco se importando com o país, o partido e o seu antigo ministro do Ambiente. De estado de graça a estado de desgraça, assim vai a ingrata tarefa de ser líder do partido no poder.